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AGRICULTURA

Acordo Brasil-Japão vai recuperar pastagens degradadas

Acordo assinado pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, garantirá crédito de agência japonesa para programa que beneficia o meio ambiente e, ao mesmo tempo, eleva potencial de produção de alimentos

06 de maio de 2024

Fávaro e o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida: objetivo do programa é a recuperação e conversão de até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade

Edição Scriptum com Ministério da Agricultura e Pecuária

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, comemorou no final da semana passada a assinatura de um acordo com o governo do Japão para financiar a recuperação de pastagens degradadas no Brasil, com benefícios para o meio ambiente e para a produção de carne no País.

O Japão será o primeiro país a contribuir com o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD), um dos principais projetos do ministro Carlos Fávaro (senador do PSD-MT licenciado) à frente do Ministério.

O objetivo do programa é a recuperação e conversão de até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade em áreas agricultáveis, em dez anos. Com isso, pode-se praticamente dobrar a área de produção de alimentos no Brasil, sem desmatamento e evitando, assim, a expansão sobre áreas de vegetação nativa.

Fávaro destacou a importância da iniciativa. “Será um trabalho conjunto com foco na sustentabilidade. Vamos ampliar a produção de alimentos sem avanços no desmatamento sobre as áreas já preservadas. É pegar áreas degradadas e transformar em áreas produtivas”, explicou. “Ao assinarem esse protocolo, tenho a certeza de que eles vão continuar investindo na nossa agropecuária”.

O acordo com o Japão foi assinado em ato no Palácio do Planalto, com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida. O memorando de cooperação com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) foi firmado pelo ministro Carlos Fávaro, pelo ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, pela presidente da Embrapa, Silvia Massruhá; e pelo presidente da JICA, Akihiko Tanaka.

O presidente Lula destacou o potencial da parceria entre os dois países. “Aos empresários japoneses que querem fazer investimentos no Brasil, somos um país que oferece todas as possibilidades na construção entre empresários brasileiros e empresários japoneses”, enfatizou. “Já tivemos, com o Japão, um fluxo comercial de quase 18 bilhões de dólares. Agora é de cerca de 11 bilhões de dólares. Ainda é pouco pelo peso que tem a economia japonesa e a brasileira. Por isso a importância da assinatura destes atos de hoje”, completou o presidente.

A visita do primeiro-ministro japonês teve o objetivo de aumentar os investimentos do Japão no Brasil e estimular a cooperação em tecnologias verdes. “Eu visitei o Brasil com uma missão econômica, com mais de 150 pessoas que representam as empresas japonesas e os órgãos do governo japonês. Foram assinados cerca de 40 memorandos de cooperação nos setores públicos e privados. Esses memorandos se tornarão um dispositivo de estímulo para elevar as relações econômicas bilaterais para o próximo nível”, revelou Fumio Kishida.

Próximos passos

A cooperação com a JICA seguirá em duas linhas: Cooperação Financeira, que será um financiamento destinado a produtores agrícolas que realizarão a conversão de pastagens degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis; e Cooperação Técnica, que definirá as regiões e propriedades que serão alvo das ações para o desenvolvimento do programa, pesquisa, desenvolvimento e inovação, análise das pastagens degradadas, fatores de risco para a degradação, tecnologias que possam contribuir para o trabalho, dentre outros.

Ainda no mês de maio, o vice-presidente e diretores da JICA visitarão o Brasil para reuniões com Mapa, BNDES e Banco do Brasil para discussão da modelagem financeira e início do relatório, que deve ter anúncio oficial durante a cúpula do G20, em novembro.

Parceria

O Japão é um dos principais parceiros do Brasil na Ásia. Desde 2014, os dois países mantêm Parceria Estratégica e Global, marcada pelos tradicionais vínculos humanos, pelo interesse em aprofundar a cooperação em Ciência, Tecnologia & Inovação, pela importância dos fluxos bilaterais de comércio e investimentos e pela ativa cooperação em temas internacionais.

No âmbito econômico-comercial, observa-se elevada complementaridade e acentuado intercâmbio. O Japão, quarta maior economia do mundo, é um dos maiores investidores no Brasil, com US$ 28,5 bilhões em estoque. Os investimentos japoneses são diversificados e incluem setores como o automotivo, de materiais elétricos e siderurgia.

O Japão ficou em quarto lugar, em 2023, entre os principais destinos das exportações brasileiras do agronegócio. No total, foram exportados US$ 4,136 bilhões. Os principais produtos são: cereais, farinhas e preparações (US$ 1,47 bi); carnes (US$ 1,11 bi); e complexo soja (US$ 574,2 mi).

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