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Afif: BC discute nova forma de concessão de crédito

O presidente do Sebrae, Guilherme Afif, diz que o Banco Central já analisa a criação das Empresas Simples de Crédito (ESC), um tipo de agente financeiro que pode ajudar as pequenas empresas

02 de maio de 2017

“Sim, já tem um grupo de trabalho que é favorável a isso”, disse ao DCI o presidente do Sebrae, Guilherme Afif.

Em entrevista ao jornal DCI, de São Paulo, o presidente do Sebrae Nacional, Guilherme Afif Domingos, disse que o Banco Central já se posicionou a favor da criação da Empresa Simples de Crédito (ESC), um tipo de agente financeiro proposto no ano passado e neste ano, no Congresso Nacional, em projetos de atualização da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa.

Afif falou durante o IV Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável (EMDS), promovido pela Frente Nacioanl de Prefeitos (FNP), que foi realizado de 24 a 28 de abril, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. “Sim, já tem um grupo de trabalho que é favorável a isso”, disse ao DCI o presidente do Sebrae, citando que reuniões foram realizadas sobre a proposta, inclusive com a participação do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn.

No ano passado, a proposta foi vetada pelo presidente Michel Temer com a orientação do BC. “Eles vetaram porque estavam assustados com a novidade: ‘Precisamos controlar’. Mas controlar o quê? O dinheiro é do cara. Você precisa controlar é poupança pública. Aí começaram a entender, e nós estamos caminhando para um entendimento para consagrar agora no Congresso uma proposta que seja aceita”.

No IV EMDS, Afif defendeu a proposta porque vai gerar uma nova concorrência com o sistema bancário brasileiro, considerado por ele como um dos mais concenrtados do mundo. “Nos Estados Unidos, você tem 8.000 bancos. Aqui, o sistema bancário é concentrado em cinco grandes bancos”, comparou.

A criação da ESC é uma das novidades previstas no projeto de lei complementar (PLP) nº 341/17, apresentado em fevereiro pela Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa, uma das maiores bancadas do Congresso, com 320 deputados e 32 senadores. O texto recupera itens vetados pelo governo no chamado projeto “Crescer Sem Medo”, a mais recente revisão da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, a Lei Complementar nº 155/2016, sancionada em outubro do ano passado pelo presidente Michel Temer.

De acordo com a proposta vetada, a ESC teria atuação no próprio município da sede e em municípios limítrofes para realizar operações de empréstimo, financiamento e desconto de títulos de crédito perante pessoas jurídicas, exclusivamente com recursos próprios. A ESC seria remunerada somente pela taxa de juros cobrada, não se admitindo a incidência de quaisquer outros encargos, mesmo sob a forma de tarifas.

Na mensagem dos vetos, o presidente Temer justificou que as atividades da ESC “mantêm forte similaridade às já desenvolvidas pela Sociedade de Crédito ao Microempreendedor e à Empresa de Pequeno Porte”. Também argumentou que a estrutura proposta não guarda consonância com as atribuições dos órgãos normativos e supervisores do sistema financeiro nem oferece os elementos imprescindíveis e essenciais à governança, transparência e controle das instituições destinatárias do benefício tributário no âmbito do Simples Nacional.

Por fim, a mensagem de veto apontou que a ESC estava fora do tema da lei complementar, destinada a regular o tratamento tributário diferenciado para as microempresas e para as empresas de pequeno porte. Ainda assim, a lei sancionada em 2016 trouxe importantes novidades para os pequenos negócios. Por exemplo, prevê o aumento, a partir de janeiro de 2018, do teto de faturamento anual das empresas do Simples, de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões; e do microempreendedor individual, de R$ 60 mil para R$ 81 mil.

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