09 de jan de 2012
· candidato, eleições, Fornazieri, Grohmann, PSD
O recém-criado PSD (Partido Social Democrático) ainda não revelou seus próximos passos para as eleições à prefeitura de São Paulo deste ano. Para especialistas, a legenda “é uma incógnita” e precisa traçar objetivos para escolher se quer ser um grande partido, com forte representação nacional, ou se ficará à sombra de outros.
“O PSD deve lançar candidatos a diversos cargos, inclusive à prefeitura de São Paulo, se quiser ser grande”, afirmou o Diretor Acadêmico da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), Aldo Fornazieri. Segundo o cientista político, caso a legenda assuma apenas a posição de apoio, de alianças, “pode cometer o erro do DEM (Democratas), que foi caudatário do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), ou seja, que segue os ideais de outros. Ele tem que se testar nas urnas”, completou.
Para o coordenador do grupo de Mídia e Eleições da USP (Universidade de São Paulo) Rafael Grohmann, este é o provável caminho que seguirá a legenda, lançando o máximo de candidatos possível. “Ele vai tentar entrar na briga em diversas eleições para que possa chegar fortalecido ao poder”, disse.
Eleição aberta
Segundo Fornazieri, o fato de não haver um candidato à reeleição na capital paulista, e o PT (Partido Trabalhista) e o PSDB não terem candidatos fortes, deixa a eleição deste ano aberta. “Não há um favorito. Essa resposta só deve aparecer conforme as campanhas forem acontecendo”, constatou.
Para o especialista, a má imagem deixada pelo atual prefeito de São Paulo e presidente do PSD, Gilberto Kassab, também é um agravante para qualquer que seja o candidato escolhido por ele para concorrer ao cargo. “As últimas pesquisas do ano de 2011 revelaram que sua aprovação é baixa e isso pode ser prejudicial”, alertou.
Grohmann entende que a reprovação do atual prefeito aumentou, mas não acredita que Kassab se isentará de participar, como uma das principais imagens, da campanha do escolhido.
Nomes de peso
Muito se ouve falar que o PSD conseguiu reunir políticos reconhecidos por todo o país e que, dessa forma, promete abocanhar alguns cargos nas próximas eleições. Tanto as deste ano quanto as de 2014. Para ambos os cientistas políticos, o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, seria uma boa opção para concorrer à candidatura paulista.
Porém, para o Diretor Acadêmico da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), Aldo Fornazieri, nomes não são suficientes para se ganhar uma eleição como a de São Paulo.
“O partido ainda não tem um programa, uma ideologia definidos. Não passa de uma integração de nomes”, afirmou. Segundo ele, para se vencer uma eleição é preciso muito mais, como representatividade social, uma campanha com tempo de TV, dinheiro.
