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Folha da Vila Prudente: “Meu nome está à disposição”, afirma Kassab sobre eleição em 2014

Presidente do PSD defende candidatura própria em SP para fortalecer o partido.

03 de maio de 2013 · Dilma Rousseff, eleições, Fernando Haddad, Kassab, prefeito, PSD

Folha da Vila Prudente

Em entrevista exclusiva à Folha na sexta-feira, dia 19, ocasião em que foi homenageado no Círculo de Trabalhadores Cristãos de Vila Prudente (leia abaixo), o ex-prefeito Gilberto Kassab afirmou que está pronto para ser governador de São Paulo pelo PSD, partido que fundou quando ainda estava na Prefeitura e é o atual presidente nacional. Embora o PSD seja a terceira maior bancada no Congresso Nacional, Kassab adiantou que o partido não terá candidato próprio para a eleição presidencial em 2014 e a tendência, no momento, é apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). “Partido novo não tem estrutura para concorrer ao governo federal”, argumenta.

Kassab falou ainda sobre o início do governo do seu sucessor na Prefeitura, Fernando Haddad (PT), e a importância da união da população de cada região para a administração municipal. “Se tem algo na cidade de São Paulo que tem peso são as comunidades locais organizadas e a Vila Prudente é um exemplo disso: de comunidade organizada e de um veículo de comunicação sintonizado com as expectativas desta comunidade. Essa é a razão de eu atender o convite e estar aqui com o maior prazer. Esta aliás é a minha primeira visita oficial como ex-prefeito, ainda não estive em nenhum outro lugar e faço isso por tudo que vocês representam na região e na cidade”, destacou.

Folha – Como o senhor avalia este início de governo do prefeito Fernando Haddad?
Gilberto Kassab – Percebe-se que é um governo bem intencionado, é um governo que tem procurado transmitir à cidade que vai dar continuidade às ações administrativas e políticas públicas implantadas nos últimos anos e isso é muito importante. Foi o que fizemos também quando assumimos a Prefeitura e mantivemos esse compromisso ao longo de sete anos. Ele jamais deixou de esconder que encontrou a cidade em ordem. Evidente que tem uma posição de aperfeiçoamento de algumas políticas públicas, deixou isso claro em campanha e a eleição serve para isso, para que cada um possa apresentar seus projetos e depois implantá-los. Ele também já percebeu, em pouco tempo, que São Paulo é difícil, mas, é uma cidade cada vez melhor. A administração pública em São Paulo é transparente, ao longo da nossa gestão se tornou a gestão mais transparente do país, fomos homenageados no Congresso Nacional, com um prêmio importante concedido pela comissão de orçamento. O prefeito Haddad ainda está numa fase final de transição, mas, já caminhando para o final do seu primeiro semestre. Agora, a partir do segundo semestre é evidente que terá que deixar marcas mais evidentes do seu trabalho.

Folha – Vão começar as discussões do Plano Diretor da cidade. Como o senhor entende que devem ocorrer esses debates?
Gilberto Kassab –  É muito importante que seja muito debatido em todos os cantos da cidade, por todos os setores. Para que um Plano Diretor seja efetivamente representantivo e para que corresponda às expectativas da cidade quanto ao seu ordenamento e crescimento, precisa ser debatido, precisa haver consenso, as divergências devem ser muito bem identificadas para que as escolhas  não sejam feitas de maneira rápida. A participação da população é fundamental neste processo, por isso, as audiências públicas devem acontecer nos bairros, nos distritos, nas subprefeituras, e também por setores, com os trabalhadores, os profissionais liberais, os sindicatos, os empresários, os estudantes.

Folha – O que o senhor achou das mudanças na inspeção veicular?
Gilberto Kassab – O importante é que o prefeito Haddad não acabou com o programa. Existia uma divergência, que ele deixou claro, então foi honesto. Na campanha já disse que não iria cobrar a taxa dos proprietários de veículos e nos sempre entendemos que isso é um erro porque é o dono quem tem que pagar. Espero que as demais alterações que ele pretende implantar sejam muito bem estudadas porque a poluição é algo muito complicado. A cidade de São Paulo não é Londres que tem 400 quilômetros de metrô e 3 milhões de habitante, São Paulo quase que não tem metrô, na Vila Prudente chegou agora. São 70 quilômetros de metrô ao todo, precisaríamos ter 400/500 quilômetros. E são 11 milhões de habitantes, não podemos comparar São Paulo com Paris, Londres. Aqui temos mais de 5 milhões de veículos e as pessoas usam os carros, então a poluição causada pelos automóveis é a grande responsável pela poluição atmosférica. É importante que possamos contar efetivamente com muito critério nas mudanças que a nova gestão pretende fazer.

Folha – Uma das propostas do Plano de Metas apresentado pelo prefeito é a criação de uma nova subprefeitura, especificamente para a região do Sapopemba. É uma antiga reivindicação local. Como o senhor avalia uma nova subprefeitura na cidade?
Gilberto Kassab –  O importante é não avaliar se somos a favor ou contra. É evidente que somos a favor se ela tiver uma infra-estrutura compatível com as suas necessidades. Cada vez mais a cidade de São Paulo precisa ser administrada em relação as suas subprefeituras, mas, muito mais vinculadas aos seus distritos. Tenho dito e volto a repetir que precisamos ter em cada um dos 96 distritos da cidade, todas as estruturas de poder público, até porque cada distrito de São Paulo tem, em média, de 120 a 130 mil habitantes, são maiores do que a grande maioria das cidades do estado e a maioria expressiva das cidades brasileiras. Então não tem sentido que cada distrito não tenha um distrito policial, um posto de saúde, escola. Precisa ter a estrutura para que possa corresponder as necessidades daquele local, não tem sentido um cidadão que mora no distrito A fazer o tratamento de saúde no B ou educar os filhos em uma escola pública do C. São P aulo está no rumo, as comunidades locais se reúnem, reivindicam, mostram suas demandas.

Folha – Quais são os projetos futuros do PSD?
Gilberto Kassab – Temos integrantes vindos das mais diversas origens, a grande maioria veio do apoio ao (José) Serra à Presidência da República, como foi o meu caso, ou do apoio à candidatura da Dilma (Rousseff). Essa é a razão de, até o fim deste mandato, estarmos em posição de independência. No início do próximo ano, devemos começar a definir a nossa posição para as eleições de 2014, que não será uma posição de candidatura própria na disputa federal, um partido novo não tem condições de ter candidatura própria, neste primeiro momento precisamos ter uma aliança. A tendência, mas, o que importará é a vontade da maioria, é caminhar para o apoio da reeleição da presidenta Dilma. Ela leva a seu favor uma expressiva maioria nos segmentos sociais menos favorecidos que foram muito bem atendidos ao longo destes últimos 10 anos. Mas, é evidente que como qualquer eleição presidencial será sempre muito difícil. Temos sempre a candidatura de oposição mais forte do PSDB, que será com o senador Aécio Neves, além das candidaturas alternativas, como a do governador Eduardo Campos e da ex-ministra Marina Silva.

Folha – E as pretensões estaduais?
Gilberto Kassab –  Em São Paulo, como nos demais estados, existe um incentivo, uma diretriz para que os estados se esforcem para ter uma candidatura própria. Não será diferente em São Paulo, queremos que o partido tenha uma candidatura própria a governador, até para fortalecer o próprio partido que está nascendo.

Folha – O senhor será o candidato?
Gilberto Kassab – Se for esse o entendimento do partido. Nós temos um grupo de trabalho, coordenado pela ex-vice prefeita Alda (Marco Antonio) e outros companheiros que vão trabalhar para identificar qual é essa expectativa do partido. Meu nome está à disposição e caso seja escolhido, estou pronto para aceitar a missão.

 Homenagem

Depois de conceder entrevista, o ex-prefeito foi homenageado no salão nobre do Círculo de Trabalhadores Cristãos de Vila Prudente em um jantar para convidados. O presidente do Tribunal de Contas do Município, Eurípedes Sales; a vereadora Edir Sales (PSD); e o presidente do Círculo e da Folha, Newton Zadra; discursaram sobre a vida política e a administração de Kassab à frente da Prefeitura, lembrando de passagens importantes como a implantação da Lei Cidade Limpa que acabou sendo copiada por outras cidades.

Gilberto Kassab ressaltou mais uma vez que era a primeira vez que se apresentava como ex-prefeito e destacou que estendia a homenagem a toda a equipe que o ajudou a comandar São Paulo. “Tenho muito orgulho de ter sido prefeito por sete anos. Na história de São Paulo é o mandato mais longo de um prefeito eleito”, lembrou.

O evento contou com a presença dos ex-subprefeitos de Vila Prudente/Sapopemba, Wilson Pedroso Junior e Roberto Alves dos Santos, além de demais autoridades e lideranças da região.

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