O presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), Guilherme Campos, acredita que as medidas que estão sendo propostas para a recuperação da estatal podem permitir à empresa atingir a meta de déficit zero neste ano. “Quem sabe ficamos levemente no azul”, diz Campos. A ECT fechou o ano passado com prejuízo estimado em R$ 2 bilhões, igual ao do ano anterior.
Uma das medidas planejadas é o Programa de Demissão Voluntária. Na quinta-feira passada, a empresa obteve do Ministério do Planejamento a última autorização necessária para a abertura do PDV. Hoje os Correios têm 117 mil funcionários e a empresa estima que até 14 mil deles se enquadram nos critérios exigidos para aderir ao plano – empregados com mais de 55 anos, com tempo de serviço para requerer aposentadoria. A meta é ter de 6 mil a 8 mil adesões, o que significaria economia anual entre R$ 850 milhões e R$ 1 bilhão. O PDV deve ser aberto entre os dias 9 e 16 deste mês.
Os Correios esperam que outro reforço no caixa virá da provável recomposição das tarifas postais em fevereiro ou março. Campos afirma que há uma necessidade de reajuste de 5,83% por causa do represamento das tarifas em anos anteriores, quando sequer houve repasse integral da inflação.
Campos esteve nesta quarta-feira (04) com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a quem fez um relato das últimas ações para recuperar financeiramente a empresa. O executivo também afirmou ter parabenizado Meirelles pelas medidas que tentam baixar as taxas de juros pelo crédito rotativo dos cartões — uma bandeira que Campos, defendeu vigorosamente em seu mandato de deputado federal pelo PSD.
