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Jornais repercutem decisão do PSD de manter independência

Em entrevista aos principais veículos de informação do País, Gilberto Kassab confirmou que o partido não vai aderir oficialmente à base de apoio do governo Dilma Rousseff.

15 de mar de 2013 · Dilma Rousseff, Gilberto Kassab, jornais, PSD, repercussão

Os principais veículos de informação do País publicaram nesta sexta-feira, 15, entrevistas com o presidente nacional do PSD, ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, nas quais ele afirma que o partido não vai aderir oficialmente à base de apoio do governo Dilma Rousseff.

O Estado de S. Paulo, por exemplo, informou que, segundo Kassab, ” se algum correligionário vier a ocupar um ministério de Dilma, será uma decisão pessoal da presidente, sem comprometimento partidário”. E o jornal prosseguiu: “Kassab disse ter garantido a Dilma o apoio do PSD à reeleição, mas julgou que não seria ‘adequado’ ocupar ministérios. ‘Deixei claro que a gente não quer participar do governo, é uma decisão do partido. Participar do governo significaria ser da base, mas muita gente no partido não votou na Dilma. Eu, por exemplo, não votei nela´, afirmou. ‘Mas não há problemas de proximidade. Imagina se não está próximo um partido que, espontaneamente, por entender que ela é uma boa presidente, caminha para apoiar sua reeleição´”.

Kassab ressaltou: “O partido não vai participar do governo, mas ela (Dilma) está livre para convidar quem quiser”. Sobre a reunião com a presidente, ele afirmou não ter tratado dos cargos. Auxiliares palacianos, porém, informaram que o ex-prefeito disse que Dilma poderia chamar um integrante da legenda para compor a equipe “em caráter pessoal”.

O PSD considera a oferta de dois ministérios periféricos, com pouco orçamento e poder, incompatível com seu tamanho e, por isso, rejeitou um alinhamento automático com o governo.

O jornal Folha de S. Paulo, por sua vez, informou: “Após meses negociando a entrada do PSD no governo, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab disse à presidente Dilma Rousseff que ainda é cedo para se comprometer com o apoio ao governo e à sua reeleição em 2014. ´Eu disse a ela, e a presidente compreendeu, que esta era uma decisão definitiva, oficial, e que reflete o desejo majoritário no partido’, afirmou Kassab à Folha.

A Folha prossegue lembrando que nas últimas semanas, o Palácio do Planalto acenou com a possibilidade de entregar à sigla de Kassab o controle de dois ministérios, com o objetivo de assegurar o apoio de suas bancadas no Congresso e seu engajamento na campanha da presidente à reeleição.

Kassab disse a Dilma que continua disposto a apoiá-la, mas decidiu que não fará nenhuma indicação por enquanto. “Não teria sentido integrar o governo agora. Vamos manter nossa independência, mas apoiando o governo em tudo que for bom para o país”, afirmou.

Com o gesto, Kassab ganha tempo para observar o cenário político e fica com as mãos livres para eventualmente fazer outras composições, num momento em que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), ameaça romper com o governo para se candidatar à Presidência.

Ao jornal O Globo, do Rio de Janeiro, Kassab disse que, “se Dilma escolher Afif Domingos para ser o secretário da Pequena e Média Empresa, com status de ministério, não o será dentro da cota do partido. “O Afif é uma referência em matéria de pequena e média empresa. Isso foi no governo Sarney, foi no governo Collor; no governo de Fernando Henrique ele foi até do Sebrae. Sempre que Lula queria algo no setor da microempresa, falava com Afif. Então, nomear Afif não está dentro da cota do PSD”,  disse o presidente do PSD.

Segundo o jornal carioca, Kassab disse ter dado garantias à presidente Dilma de que o partido vai apoiar sua reeleição: “A maioria do partido quer reeleger Dilma. Essa tendência é irreversível. Aí sim, vamos trabalhar juntos e ter ministérios depois de 2014”.

O ex-prefeito negou que possa vir a apoiar uma eventual candidatura à Presidência do governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos. Isso porque Campos estaria muito próximo do ex-governador José Serra (PSDB), que poderá apoiar o governador pernambucano por estar insatisfeito com a candidatura do senador tucano Aécio Neves (MG) à Presidência. Serra foi o mentor político de Kassab, que sempre confessou dever muito a Serra. Logo que criou o PSD, em 2012, comentou-se que o novo partido poderia se fundir ao PSB de Campos, formando-se uma terceira via, além de PT e PSDB.

– Não tem nada disso. A tendência é caminharmos com Dilma. Não tem Eduardo Campos nesse projeto – garantiu Kassab.

O ex-prefeito anunciou ainda que será candidato a governador de São Paulo em 2014 e, assim, Dilma poderá ter mais um palanque, já que o PT deverá ter candidato.

– Acho até que ela terá três palanques em São Paulo, porque o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, do PMDB. também já disse que será candidato a governador. Não tem problema algum. No segundo turno, todos nós nos entenderemos – disse Kassab.

Ao Valor Econômico, ele disse que ainda vai consultar os dirigentes estaduais do partido antes de oficializar o apoio à reeleição, mas garante que há um sentimento de que este é o melhor caminho. “Três Estados já se manifestaram oficialmente – Rio Grande do Norte, Rondônia e Bahia – a favor e outros disseram informalmente. Os deputados e senadores também concordam. Há uma tendência muito grande para apoiá-la”, afirma.

O PSD era cotado para ocupar uma das três secretarias com status de ministério: de Assuntos Estratégicos, da Aviação Civil e da Micro e Pequena Empresa. Esta última teve a criação autorizada na semana passada pelo Senado e era dada como certa para o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos. “Está uma guerra por ministério, não vamos entrar nisso”, diz o secretário-geral da sigla, Saulo Queiroz.

O discurso, porém, é de que, se Dilma convidar um filiado em “caráter pessoal”, o escolhido não será impedido de assumir. “A Dilma tem um amigo que ajudou a montar o Minha Casa Minha Vida e que ela quer levar para o governo, que é o Paulo [Simão, presidente do PSD de Minas Gerais]. Não vamos retaliá-lo se ele aceitar, mas tem que ficar claro que é escolha pessoal dela”, diz Queiroz, que no fim de fevereiro garantia que o PSD estava “pronto” para entrar no governo. “Naquele momento, o partido teria dificuldadeem falar não. Maso Kassab fez as ponderações necessárias e é quase um consenso a opinião de que seria errado compor o governo agora”, comentou.

Há dois anos, quando se preparava para lançar o PSD, Kassab e Campos chegaram a discutir a possibilidade de uma fusão com o PSB no futuro. O governador de Pernambuco ajudou a organizar o partido em alguns Estados.

O ex-prefeito nega que o recuo em suas negociações com o governo tenha algo a ver com a provável candidatura presidencial de Campos. “O partido caminha, em sua maioria, para apoiar a presidente em 2014”, afirmou Kassab.

Ao recusar-se a indicar nomes do PSD para o ministério, o ex-prefeito deixou uma porta aberta ao dizer a Dilma que o partido não vai se opor se ela quiser nomear alguém filiado à sigla para sua equipe em “caráter pessoal”.

A ressalva permite que a presidente mantenha em seus planos o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, que é do PSD e está cotado para assumir a recém-criada Secretaria da Micro e Pequena Empresa.

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