Edição: Scriptum
O presidente do Sebrae e do Espaço Democrático – a fundação para estudos e formação política do PSD –, Guilherme Afif Domingos, acredita que a paralisação dos caminhoneiros, que entrou no oitavo dia nesta segunda-feira (28), pode estimular a criação de um movimento maior, que permita transformar a sociedade. Afif fez palestra na abertura do Fórum Mitos e Fatos, organizado pela Rádio Jovem Pan, de São Paulo.
Afif lembrou das manifestações de junho de 2013, quando a população foi às ruas para protestar contra o aumento das passagens de ônibus urbanos. “Esse movimento em função do combustível pode se transformar em outra movimentação de proporções nacionais”, diz. Ele destacou que em 2013 o povo foi às ruas de forma espontânea, sem nenhuma mobilização política de fundo. “O denominador comum foi: vocês não nos representam. Ali havia uma clara ruptura entra população e Estado”
Para ele, muitos fatores ajudaram a criar esse mau-humor geral. “Nós temos 13 milhões de desempregados, que acabam influenciando no processo de otimismo das pessoas”. Afif defendeu urgentemente a realização de reformas em todos os âmbitos: político, econômico e tributário. “Se não dermos uma mexida urgente, com reformas profundas, não vamos sair do lugar”, disse.
Porém, antes de fazer qualquer reforma, acredita que o melhor caminho é ouvir a população. Ele é a favor de uma assembleia constituinte exclusiva, que deve ser precedida de um plebiscito. “Dessa forma poderemos canalizar a revolta da população numa proposta objetiva”, explica. “Essa mobilização será para votar a nova fórmula de representação. Essa é a base que nós teremos para poder construir todas as outras reformas em cima”.
