Guilherme Afif: “Se não quebrarmos (o centralismo), não vamos resolver nenhum problema. Como se quebra? Através da reforma política.”
Edição: Scriptum
Onze pré-candidatos à Presidência da República participaram nesta terça-feira (8), em Niterói (RJ), de encontro promovido pela Frente Nacional de Prefeitos para discussão das demandas de municípios de todas as regiões do País. Um dos participantes foi Guilherme Afif Domingos, presidente do Sebrae e do Espaço Democrático (fundação do PSD para estudos e formação política). Ele defendeu o que chamou de desburocratização massificada para melhorar a vida de empreendedores, que, em sua opinião, são os responsáveis pela geração de empregos e renda.
Ele também atacou a centralização das receitas pela União. “Se não quebrarmos (o centralismo), não vamos resolver nenhum problema. Como se quebra? Através da reforma política. Todo mundo fala que a reforma tributária é importante, mas, em primeiro lugar, tem a reforma política. Tem uma distância entre os eleitos e os representados. Se não nos reconectarmos (com a população) não tem solução”, afirmou.
Outro participante, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que os partidos são empresas financiadas pelos cofres públicos. Ele defendeu uma agenda reformista e declarou que o Brasil não tem “35 ideologias” (em referência às agremiações), e sim “pequenas e médias empresas mantidas com dinheiro público”.
O pré-candidato tucano disse que uma das metas traçadas em seu programa de governo é “dobrar a renda do brasileiro”. “Quem ganha R$ 4 mil, vai ganhar R$ 8 mil”. Segundo ele, os caminhos para atingir essa meta seriam atrair investimentos da iniciativa privada, com “abertura comercial”, e investir em educação básica. Ele citou um programa criado durante sua gestão como governador de São Paulo, por meio do qual o Estado constrói creches em terrenos cedidos pela prefeitura.
A reunião da Frente Nacional de Prefeitos começou no domingo (6) e foi encerrada nesta terça-feira (8). O evento teve uma reunião plenária de prefeitos e o seminário “Oportunidades de investimentos em infraestrutura nas cidades”, dividido em duas mesas de debate: “Recursos internacionais disponíveis para investimento em infraestrutura urbana” e “Perspectivas nacionais para investimento em infraestrutura”.
Foram convidados para participar do debate representantes do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), do CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina), do NDB (Novo Banco de Desenvolvimento), da AFD (Agência Francesa de Desenvolvimento) e do BEI (Banco Europeu de Investimentos).
A expectativa da Frente é “construir, em conjunto, uma agenda programática para orientar os rumos do país”. A reunião geral de prefeitos será a última realizada antes das eleições deste ano.
