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EDUCAÇÃO

Projeto estimula participação feminina nas ciências exatas

Iniciativa apoiada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações levou 41 futuras cientistas a evento em Brasília. Elas levaram protótipos que ajudam alunos a superar dificuldades

22 de out de 2018

Um dos objetivos do Meninas da Ciência é ampliar a inserção feminina no ambiente científico

Edição: Scriptum

O objetivo do projeto Meninas da Ciência é impactar de maneira sensível o interesse de meninas pela ciência e sua disposição para perseguir carreiras no campo da ciência, tecnologia e inovação. A iniciativa está sendo desenvolvida por 41 instituições da rede federal de educação profissional, científica e tecnológica, com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), do Ministério da Educação (MEC) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Segundo a Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), menos de 30% dos cientistas no mundo são mulheres. E é esse por motivo que 41 mulheres de todo país – representando cada uma das instituições parceiras – se reuniu no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília (DF), por ocasião da 15ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), encerrada neste domingo (21).

Subdivididas em quatro categorias – física, química, matemática e biologia –, elas foram instigadas a montar protótipos que ajudassem alunos do ensino médio a superar dificuldades nessas disciplinas. “Por exemplo, a matemática, quando não ensinada de uma forma lúdica e interessante, é rejeitada pelo aluno”, afirmou a estudante de tecnologia em gestão ambiental Amanda Araújo da Costa, que veio de Mato Grosso.

Amanda contou também que, em seu grupo, as meninas identificaram dificuldades de alunos em matérias ligadas à geometria. O protótipo criado por elas, um projetor em 3D, foi desenvolvido para ajudar a sanar as dúvidas nesse campo da matemática.

“Nosso desafio aqui é criar soluções que facilitem a compreensão do aluno em sala de aula. Muitos têm dificuldade, quando estão fazendo uma prova, para imaginar quantos vértices ou arestas, por exemplo, tem aquele objeto. Com isso em vista, trouxemos a ideia da caixa de projeção”, explicou.

Amanda relata que, no início, não foi fácil adaptar-se a um ambiente tão feminino, já que a maioria dos alunos de ciências exatas tende a ser formada por homens. Mas a jovem destaca que a mulher deve ganhar cada vez mais espaço dentro do ambiente acadêmico.

“Tende-se a valorizar muito o homem em sala de aula. E existem mulheres tão boas quanto ou melhores que os homens. Nesse aspecto, não é uma questão de gênero. Existem mulheres nas ciências exatas apaixonadas pelo que fazem”, destacou. “Hoje, existe um batalhão de mulheres prontas para trabalhar.”

A amazonense Maria Vitória Ramos Ribeiro, estudante de engenharia de controle e automação, diz que as mulheres chegam ao ambiente de pesquisa já conscientes do desafio que é superar as diferenças de gênero para destacarem-se no setor. “Existe certo machismo, que está caindo por terra, de que as ciências exatas são coisa de homem. Na minha sala de aula, havia apenas três meninas, mas uma desistiu. Por isso, é tão importante estar aqui”, contou.

Já a aluna de análise e desenvolvimento de sistemas, Kelly Velez Souza Lopes , de Teresina (PI), acredita que a SNCT serve de exemplo e porta de entrada para outras meninas no mundo científico. Kelly destaca ainda que ocasiões como essas ajudam meninas em fase de formação a desenvolverem seus talentos.

“Estamos aqui para mostrar que as mulheres podem, sim, atuar na ciência ativamente”, enfatizou. “Com um evento grande como este, que temos muita visitação, podemos aproveitar para mostrar paras as crianças, principalmente para as meninas, que desde novinhas elas já podem começar a atuar neste mundo. Essa é a maior função da Semana Nacional. É mostrar para essas crianças que não existe diferença entre aérea de homem ou de mulher. Ela escolhe o que quiser e ela poderá se sair muito bem independentemente de gênero”, completou.

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