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Rosso conclui trabalho na comissão do impeachment: “Honramos as leis do nosso país”

Com a aprovação do relatório que defendeu a continuidade do processo de impeachment, questão agora vai a plenário.

12 de abr de 2016

O deputado Rogério Rosso

O deputado Rogério Rosso: “Não tivemos medo e nos reunimos por inúmeras vezes”

Presidida pelo deputado federal Rogério Rosso (PSD-DF), a ​Comissão ​Especial que analisou o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff aprovou, na segunda-feira (11), o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) propondo a continuidade do processo. Com a aprovação por 38 votos, contra 27, o processo agora segue para votação em plenário. Durante a ​tensa e longa ​sessão, ​iniciada pela manhã e encerrada depois das oito da noite​, Rogério Rosso ​enfrentou diversos momentos de exaltação dos parlamentares nos debates que duraram todo o dia. Na explicação de como seria o processo de votação, parlamentares chegaram a pedir pelo voto nominal, mas ​Rosso disse que manteria o voto em painel eletrônico, como manda o Regimento Interno da Câmara.

“Em meio a uma intolerância crescente, agimos com compreensão e respeito. Seguimos regras e honramos as leis do nosso país. Não se trata de uma rasa repetição ao processo que foi adotado no impeachment do ex-presidente Collor. Não tivemos medo e nos reunimos por inúmeras vezes”, disse Rosso, que presidiu 11 sessões até que fosse aprovado o relatório.

O deputado Marcos Montes

O deputado Marcos Montes

PSD dividido

O deputado Marcos Montes (​PSD-MG) ​votou a favor do impeachment, afirmando que, para ele, está claro que a presidente ​da República ​cometeu crime de responsabilidade por meio das pedaladas fiscais e pela edição de decretos não numerados.

“É preciso um recomeço. O povo está pedindo isso nas ruas. É um conjunto da obra como um todo. Vivemos uma crise política, social e econômica que não pode recair sobre as futuras gerações. A bancada ligada ao agronegócio votará em peso pelo impeachment da presidente Dilma”, observou.

Já o deputado Paulo Magalhães (​PSD-​BA) saiu em defesa do governo e disse que não há provas que fundamentem o impeachment da petista. “Esta Casa e o povo estão sendo vítimas da política. Num momento de denuncismo, nenhuma delação premiada citou a presidente Dilma Rousseff. É uma violência contra a Constituição”, afirmou.

Antes das questões de ordem e dos líderes partidários​ fazerem suas ponderações, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, voltou a defender a permanência da presidente Dilma. O ministro reafirmou que o impeachment, apesar de ser constitucional, é um golpe nos moldes atuais.

O deputado paulo Magalhães

O deputado paulo Magalhães

Balanço

No início da sessão, ​Rogério ​Rosso discursou ​lamentando esse momento de divisão política entre os brasileiros, exemplificada na barreira que foi construída na Esplanada dos Ministérios para separar os manifestantes que defendem ou atacam o impeachment. E ​mais uma vez destacou que os trabalhos do colegiado foram regidos pela Constituição Federal. Em todas as 11 reuniões, o parlamentar fez questão de enfatizar a importância d​e que ​os debates ​tenham ocorrido ​sem que o direito democr​ático fosse violado.

Tanto a defesa quanto a acusação participaram efetivamente das sessões sem cercear ou prejudicar o andamento do processo. Rosso lembrou que​, se o plenário da Câmara aprovar o relatório,​
caber​á ao Senado Federal investigar, de fato, ​se houve ou não crimes de responsabilidade cometidos pela presidente Dilma.

Em mais de quarenta horas de trabalho, Rogério Rosso respondeu a 21 questões de ordem, deliberou outros 81 documentos entre ofícios, mensagens e requerimentos e garantiu, munido do Regimento Interno da Câmara, o direito de todos os 513 deputados se manifestarem durante o processo legal.

Para ser aprovado em plenário, ​o relatório precis​a receber pelo menos 342 votos a favor.

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