![O deputado Rogério Rosso](https://psd.org.br/wp-content/uploads/2016/04/rogerio-rosso-11-04-2016-01-1.jpg)
O deputado Rogério Rosso: “Não tivemos medo e nos reunimos por inúmeras vezes”
Presidida pelo deputado federal Rogério Rosso (PSD-DF), a Comissão Especial que analisou o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff aprovou, na segunda-feira (11), o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) propondo a continuidade do processo. Com a aprovação por 38 votos, contra 27, o processo agora segue para votação em plenário. Durante a tensa e longa sessão, iniciada pela manhã e encerrada depois das oito da noite, Rogério Rosso enfrentou diversos momentos de exaltação dos parlamentares nos debates que duraram todo o dia. Na explicação de como seria o processo de votação, parlamentares chegaram a pedir pelo voto nominal, mas Rosso disse que manteria o voto em painel eletrônico, como manda o Regimento Interno da Câmara.
“Em meio a uma intolerância crescente, agimos com compreensão e respeito. Seguimos regras e honramos as leis do nosso país. Não se trata de uma rasa repetição ao processo que foi adotado no impeachment do ex-presidente Collor. Não tivemos medo e nos reunimos por inúmeras vezes”, disse Rosso, que presidiu 11 sessões até que fosse aprovado o relatório.
![O deputado Marcos Montes](https://psd.org.br/wp-content/uploads/2016/04/marcos-montes-11-04-2016.jpg)
O deputado Marcos Montes
PSD dividido
O deputado Marcos Montes (PSD-MG) votou a favor do impeachment, afirmando que, para ele, está claro que a presidente da República cometeu crime de responsabilidade por meio das pedaladas fiscais e pela edição de decretos não numerados.
“É preciso um recomeço. O povo está pedindo isso nas ruas. É um conjunto da obra como um todo. Vivemos uma crise política, social e econômica que não pode recair sobre as futuras gerações. A bancada ligada ao agronegócio votará em peso pelo impeachment da presidente Dilma”, observou.
Já o deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) saiu em defesa do governo e disse que não há provas que fundamentem o impeachment da petista. “Esta Casa e o povo estão sendo vítimas da política. Num momento de denuncismo, nenhuma delação premiada citou a presidente Dilma Rousseff. É uma violência contra a Constituição”, afirmou.
Antes das questões de ordem e dos líderes partidários fazerem suas ponderações, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, voltou a defender a permanência da presidente Dilma. O ministro reafirmou que o impeachment, apesar de ser constitucional, é um golpe nos moldes atuais.
![O deputado paulo Magalhães](https://psd.org.br/wp-content/uploads/2016/04/paulo-magalhaes-11-04-2016.jpg)
O deputado paulo Magalhães
Balanço
No início da sessão, Rogério Rosso discursou lamentando esse momento de divisão política entre os brasileiros, exemplificada na barreira que foi construída na Esplanada dos Ministérios para separar os manifestantes que defendem ou atacam o impeachment. E mais uma vez destacou que os trabalhos do colegiado foram regidos pela Constituição Federal. Em todas as 11 reuniões, o parlamentar fez questão de enfatizar a importância de que os debates tenham ocorrido sem que o direito democrático fosse violado.
Tanto a defesa quanto a acusação participaram efetivamente das sessões sem cercear ou prejudicar o andamento do processo. Rosso lembrou que, se o plenário da Câmara aprovar o relatório,
caberá ao Senado Federal investigar, de fato, se houve ou não crimes de responsabilidade cometidos pela presidente Dilma.
Em mais de quarenta horas de trabalho, Rogério Rosso respondeu a 21 questões de ordem, deliberou outros 81 documentos entre ofícios, mensagens e requerimentos e garantiu, munido do Regimento Interno da Câmara, o direito de todos os 513 deputados se manifestarem durante o processo legal.
Para ser aprovado em plenário, o relatório precisa receber pelo menos 342 votos a favor.