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Agricultura

SC usa tecnologia para combater ameaça às lavouras

Um aplicativo mostrado ao governador Raimundo Colombo (PSD) vai ajudar produtores rurais no combate aos javalis, animais invasores que vem causando prejuízos milionários no Estado

21 de ago de 2017

O governador Raimundo Colombo apresenta o aplicativo que vai ajudar no trabalho de controle dos javalis, especialmente nas plantações

Responsáveis por prejuízos milionários às lavouras de Santa Catarina, os javalis estão se espalhando rapidamente por toda a região e se transformaram em uma das maiores ameaças à produção rural no Estado. Para enfrentar o problema, o governador Raimundo Colombo (PSD) dispõe agora de uma nova ferramenta: o aplicativo Ambiental SC.

Apresentado pela Polícia Militar Ambiental do Estado na semana passada, o aplicativo foi desenvolvido pelo Centro de Informática e Automação de Santa Catarina (Ciasc) e vai ajudar no trabalho de controle dos javalis, especialmente nas plantações de propriedades rurais da Serra catarinense. O animal é considerado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) como uma das cem espécies invasoras mais perigosas do mundo e tem causado prejuízos no meio rural. “Esse é um exemplo da ação do Estado em que, muito pontualmente, a Polícia Ambiental fez o estudo de caso e definiu a melhor forma de atuar, enfrentar o problema e dar à população a resposta mais eficiente e adequada”, destacou Raimundo Colombo.

A ferramenta possibilita a interação com proprietários rurais, controladores, órgãos públicos e Polícia Militar Ambiental, e deve desburocratizar a expedição de permissões para o abate de javalis em Santa Catarina, além de fornecer dados em tempo real sobre capturas, abates, danos e visualizações dos animais. O aplicativo pode ser baixado no celular ou tablet através das lojas dos sistemas operacionais de cada aparelho.

Como mostram reportagens publicadas pela mídia regional, javalis provocaram prejuízos de mais de R$ 2 milhões na última safra na Serra e no Oeste catarinenses. Além da caça autorizada, os municípios estudam outros métodos, como armadilhas, para tentar conter esses animais.

Em estradas rurais ou andando livremente pelos campos, os javalis se tornaram um dos maiores perigos das lavouras catarinenses. Somente entre os 70 associados de uma cooperativa, as perdas na última colheita chegam a 5% do que foi plantado em 20 mil hectares. “Nos últimos levantamentos feitos dessa safra, chegamos na cifra de R$ 2 milhões de dano”, lamentou o chefe de unidade da cooperativa, Jocelito Matos.

O alimento preferido dos javalis é o milho, mas a soja também é atacada. Em lavouras pequenas, o estrago é rápido. Dependendo da quantidade de animais, em apenas uma noite os javalis podem devorar um hectare inteiro.

A preocupação também é grande com a possibilidade de transmissão de doenças para os suínos criados no Estado. Para monitorar a situação, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) coleta amostras de sangue dos javalis abatidos. O Estado também não permite o transporte e o comércio da carne do animal selvagem. “Temos o receio que ele possa carrear várias doenças, e o nosso principal objetivo é evitar o agente da peste suína clássica, do qual estamos livres”, explicou o coordenador de Defesa Sanitária e Animal, Bernard Borchardt.

Até agora, o método de controle mais utilizado é a caça, autorizada desde 2010. De 2011 até o ano passado, a Polícia Militar Ambiental emitiu 534 autorizações para o abate de javalis. O resultado foram mais de 3,4 mil animais abatidos. Até março deste ano, já tinham sido emitidas 155 licenças para a caça só na região serrana. “Quando a gente expede a permissão para o abate, a gente orienta as pessoas, os autorizados, que nos tragam relatórios mensalmente, ou até semestralmente. Só que a gente sabe que as pessoas não trazem. Então é sabido que o número de animais possivelmente é bem maior do que nos apresentam”, disse o cabo Antonio Marcos de Jesus, da Polícia Militar Ambiental.

Além da caça tradicional, são pensadas outras alternativas no combate aos javalis. Em Campo Belo do Sul, na Serra, deve começar a sair do papel na próxima semana a construção de gaiolas para captura e posterior abate dos animais.

Já foram mapeados 95 pontos onde as armadilhas serão instaladas, a um custo de R$ 100 mil. Esse dinheiro vai sair de uma parceria entre prefeitura, cooperativas e empresas da região.

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