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TRANSPORTES

Senado discute medidas para reduzir dependência das rodovias

Realizada a pedido do senador Lasier Martins (PSD-RS), audiência pública reuniu especialistas para falar sobre a necessidade de diversificação de transportes para escoamento da produção

28 de jun de 2018

O senador Lasier Martins: “O país precisa de transporte ferroviário”

Edição: Scriptum

A necessidade de diversificação de transportes para escoamento da produção ficou evidente após os problemas causados pela recente greve dos caminhoneiros, mas este é um desafio difícil de transpor em um momento de restrição orçamentária. Essa foi uma das conclusões de audiência pública realizada esta semana pela Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado.

O debate foi realizado a pedido do senador Lasier Martins (PSD-RS), que defendeu mais investimentos em ferrovias. “Quando ocorreu a greve dos caminhoneiros, houve uma espécie de clamor nacional. As pessoas diziam a mesma coisa: o país precisa de transporte ferroviário”, disse Lasier.

Hoje, 65% do transporte de cargas é feito pelas rodovias contra 15% por ferrovias, 11% por cabotagem e 5% por hidrovias. O diretor do Departamento de Infraestrutura de Logística do Ministério do Planejamento, Otto Luiz Burlier, observou que o orçamento do setor – cerca de R$ 10 bilhões – é igualmente concentrado na manutenção e recuperação de rodovias. Diante da limitação orçamentária, Burlier avalia que é preciso buscar mais investimentos da iniciativa privada. “Não temos condições de investir em todos setores, temos que priorizar”, afirmou.

O diretor do Departamento de Gestão Estratégica do Ministério dos Transportes, Rodrigo Cruz, também defendeu a revisão do papel do Estado no setor. Segundo ele, é preciso avançar em uma rede de transportes que se complemente, diminuindo a dependência do modal rodoviário. Para ele, “isso trará menor vulnerabilidade a paralisações como enfrentamos recentemente. Tão importante quanto diversificar nossa matriz de carga é fazer com que a matriz possa operar no que é mais adequado”.

A aposta do Ministério dos Transportes é de que, a partir de 2025, com as renovações de contratos de concessões e conclusão de obras, suba de 15% para 30% a participação do modal ferroviário no transporte de cargas. “A gente aposta que tenha um ganho de 15% no montante de cargas transportadas pelo transporte ferroviário e a diminuição de 65% para 50% do modal rodoviário”, estimou Cruz.

Segundo o gerente jurídico da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários, Regis Dudena, a prorrogação dos contratos de cinco concessionárias, que está em análise no momento, vai representar investimentos da ordem de R$ 25 bilhões nos próximos cinco anos, o que vai ajudar a desafogar a logística. “Esses 25 bilhões vão servir para a ampliação de capacidade das vias, tecnologia, construção de novos trechos e ramais e ampliação e modernização da frota”, apontou.

Dudena e o diretor de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação e Infraestrutura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Fabiano Pompermayer, destacaram outras vantagens do transporte feito por ferrovias, como menor emissão de poluentes, maior segurança e frete mais barato em comparação ao modal rodoviário.

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