O senador Carlos Viana: CPI pretende investigar as causas da tragédia, recomendar uma nova estrutura de fiscalização e elaborar projetos que aprimorem a legislação
Edição: Scriptum
Além de definir seu plano de trabalho, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que vai investigar as causas do rompimento da barragem da Vale do Rio Doce em Brumadinho (MG), discutiu em reunião realizada nesta terça-feira (19) convocações de dirigentes da empresa e visitas a outras estruturas em perigo de rompimento. O relator da CPI, senador Carlos Viana (PSD-MG), explicou que os convocados “são pessoas cujos depoimentos vão nos ajudar a montar um panorama do que aconteceu, do que foi feito, do que deixou de ser feito e da cadeia de responsabilidades na Vale e na auditoria por ela contratada”.
Veja aqui, em vídeo, entrevista de Carlos Viana sobre a CPI de Brumadinho
Foram aprovados requerimentos convocando os auditores da empresa Tuv Sud que atestaram a estabilidade da barragem — Makoto Namba, Arsenio Negro Junior e André Yassuda — e solicitando acesso a documentos e à íntegra dos relatórios produzidos e entregues às autoridades.
Engenheiros, diretores e ex-diretores da Vale que atuavam à época do acidente também prestarão depoimento: Marilene Araújo, Felipe Rocha, César Grandchamp, Rodrigo Melo, Alexandre Campanha, Cristina Malheiros, Artur Ribeiro, Hélio Cerqueira, Renzo Carvalho, Joaquim Toledo, Gerd Poppinga, Luciano Pires, Lúcio Cavalli e Silmar Silva.
Também foi pedido acesso às imagens das câmeras de monitoramento e segurança e do plano de segurança da barragem de Brumadinho entregues às autoridades, além de requerimentos com os procedimentos de trabalho da própria CPI, como o apoio da Polícia Federal, do Ministério Público, do Tribunal de Contas da União e da Agência Nacional de Mineração.
De acordo com Carlos Viana, a CPI pretende investigar as causas da tragédia de Brumadinho, identificar lacunas e falhas na atuação dos órgãos públicos, recomendar uma nova estrutura de fiscalização para as barragens e elaborar projetos que aprimorem a legislação do setor. Principalmente para assegurar a reparação dos danos aos cidadãos, ao meio ambiente, à infraestrutura e à economia dos municípios e estados atingidos, frisou. Uma das ideias do senador é propor a restituição, pela mineradora, dos gastos dispendidos com atendimentos hospitalares e atuação de bombeiros, por exemplo.
Os parlamentares também reagendaram para a semana que vem a vinda do ex-presidente da Vale Fabio Schvartsman, que chefiava a mineradora quando ocorreu o rompimento em Brumadinho, em 25 de janeiro deste ano. Ele pediu que sua oitiva, inicialmente marcada para esta quinta-feira (21), fosse adiada por motivos de saúde, já que submeteu-se a um procedimento oftalmológico que exige repouso. Os senadores marcaram seu depoimento para a próxima quinta-feira (28), a partir das 9h.